António Dinis da Cruz e Silva (1731-1799) formou-se em Direito.
Depois de exercer funções de magistratura em Castelo de Vide e Elvas, foi nomeado desembargador da Relação do Rio de Janeiro, aí permanecendo entre 1776 e 1789. Voltou ao Brasil em 1890 para julgar os implicados na revolução de Tiradentes, na qual estava implicado o poeta Tomás Gonzaga.
Foi um dos fundadores da Arcádia Lusitana em 1756, adoptando o pseudónimo de Elpino Nonacriense. Além de poemas várias, escreveu o Hissope, poema heróico-cómico.
Soneto:
- "Esse barco, que corta velozmente
do claro Tejo a veia cristalina,
ó doce mãe do Amor, bela Ericina,
todo o meu bem me leva cruelmente.
Mas já que é tão feliz, Deusa, exprimente
de tua estrela a proteção divina:
de alegres auras viração benina
ao doce porto o leve felizmente".
Isto dizia Elpino, acompanhando
com os tristes olhos um batel ligeiro,
que quase no horizonte se ocultava.
Turva se foi a noite então cerrando,
e o pastor, entre o denso nevoeiro,
os olhos pelas ondas alongava...
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